sexta-feira, 16 de março de 2012

Impressões sobre o filme “Giordano Bruno”, dirigido por Giuliano Montaldo, 1973


Durante o filme sobre a condenação do escritor e filósofo Giordano Bruno, inúmeras questões sugiram em minha mente, porém, considerei apenas três delas como de maior relevância para iniciar o relato de minhas impressões sobre o drama. A primeira questão é: até que ponto o homem pode chegar quando vê sua autoridade e poder ameaçados? A segunda, qual a consequência de uma fé sem razão? E por fim, acabou de fato a considerada “Santa inquisição”?

No filme fica claro o medo que a Igreja tem daqueles que questionam seus dogmas e propõem reformas religiosas capazes de quebrar paradigmas construídos e muitas vezes impostos ao longo de séculos nos “fiéis”.

Por muito tempo acreditaram que a terra era o centro do universo e que não existia nada além no cosmos, porém, o escritor e filósofo Giordano Bruno, protagonista do filme, já havia descoberto  e suas obras circulavam entre universidades e amantes da sabedoria.

Para a Igreja, aceitar esta ideia daria um novo sentido na existência humana e colocaria em risco séculos de tradição. Como era de se esperar, ela se defenderia com unhas e dentes, porém, ninguém imaginava que chegaria tão longe a ponto de tirar inúmeras vidas.

Galileu Galilei abjurou de suas teorias quando prestes a ir para a fogueira e se salvou, porém, Giordano Bruno não e ainda tentou convencer a Igreja de que sua reforma traria benefícios e paz religiosa. Como recompensa por sua audácia, ganhou um vale bronzeamento público.

Em relação à fé, muitos afirmam que ela é o oposto da razão, porém, como demonstrado no filme e também em toda a história da Igreja desde o seu nascimento até os dias atuais, quando não auxiliada pela razão, o resultado é o fundamentalismo e o preconceito em relação às demais religiões não cristãs e aos questionamentos que comprometem seus dogmas.
 
Quanto ao fato de a inquisição ter acabado ou não, atualmente, não há tanto relatos de mortes na fogueira ou decapitação como antigamente, mas é claro que ainda acontece em algum lugar ou outro. No entanto, convivemos diariamente com movimentos religiosos e agressões verbais incontáveis atualmente com todas as cristandades que acabaram virando mercadoria. A religião que antes surgiu para ser universal, hoje se tornou apenas mais uma entre tantas outras derivadas. O fiel escolhe aquela em que está mais disposto a seguir, mas o verdadeiro sentido se perde no meio do fundamentalismo e do preconceito.


Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwPRetRpvlMfxZDkC0JeXGd2xyjBESD1pF8ZxvMvmGy2snFxIqvnzOGnVs8D-GEceYNGlP7XFW3DSUGpGBrNBLIukCtS0N0TSmke0ci2oyck30yKKOE_V1YQCcPE_Mks16Ol7g4Jl495K/s1600/bruno.jpg

Um comentário:

LSM disse...

Esse post me lembra o ensinamento que recebi hj. Acredito que acima acima da religiao, estao esses 2 passos:
1)A aceitacao de Jesus como seu Salvador.
2)Viver a verdade e a luz. Para viver a verdade, deve-se ler a biblia. Para viver a luz, deve-se por em pratica os ensinamentos da verdade (biblia). E isso eh mto doloroso para nos pobres mortais.
Do contrario seremos julgados, conforme diz esse versiculo abaixo:
"E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.-- João 3:19"