Durante o filme sobre a condenação do escritor e filósofo Giordano Bruno, inúmeras questões sugiram em minha mente, porém, considerei apenas três delas como de maior relevância para iniciar o relato de minhas impressões sobre o drama. A primeira questão é: até que ponto o homem pode chegar quando vê sua autoridade e poder ameaçados? A segunda, qual a consequência de uma fé sem razão? E por fim, acabou de fato a considerada “Santa inquisição”?
No filme fica claro o medo que a Igreja tem daqueles que questionam seus dogmas e propõem reformas religiosas capazes de quebrar paradigmas construídos e muitas vezes impostos ao longo de séculos nos “fiéis”.
Por muito tempo acreditaram que a terra era o centro do universo e que não existia nada além no cosmos, porém, o escritor e filósofo Giordano Bruno, protagonista do filme, já havia descoberto e suas obras circulavam entre universidades e amantes da sabedoria.
Para a Igreja, aceitar esta ideia daria um novo sentido na existência humana e colocaria em risco séculos de tradição. Como era de se esperar, ela se defenderia com unhas e dentes, porém, ninguém imaginava que chegaria tão longe a ponto de tirar inúmeras vidas.
Galileu Galilei abjurou de suas teorias quando prestes a ir para a fogueira e se salvou, porém, Giordano Bruno não e ainda tentou convencer a Igreja de que sua reforma traria benefícios e paz religiosa. Como recompensa por sua audácia, ganhou um vale bronzeamento público.
Em relação à fé, muitos afirmam que ela é o oposto da razão, porém, como demonstrado no filme e também em toda a história da Igreja desde o seu nascimento até os dias atuais, quando não auxiliada pela razão, o resultado é o fundamentalismo e o preconceito em relação às demais religiões não cristãs e aos questionamentos que comprometem seus dogmas.
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