![]() | |
Pandora, de Jules Joseph Lefebvre (1882) |
Prometeu, filho do Titã Jápeto e da Oceânida Clímene, teve como irmãos a Epimeteu, Atlas e Menécio. Prometeu também era primo de Zeus. Este havia sido encarregado por Zeus de criar os homens do limo da terra. Esta tarefa fez com que prometeu se apegasse à sua criação tornando-se benfeitor da humanidade.
Certa vez na cidade de Mecone, se discutia o que deveria ser ofertado aos deuses e o que deveria ser ofertado aos homens. “Prometeu, desejando enganar a Zeus em benefício dos mortais, dividu um boi enorme em duas porções: a primeira continha as carnes e as entranhas, cobertas pelo couro do animal; a segunda, apenas os ossos, cobertos com a gordura branca do mesmo (BRANDÃO, 1986, p.167)”.
Zeus escolheu a segunda porção e, vendo-se enganado, foi tomado de irá e ódio e, por isso, privou o homem do fogo, ou seja, da inteligência, para que não pudessem mais bancar os espertinhos. Com isso, os homens também eram incapazes de dominar as demais espécies.
Mas o benfeitor dos homens novamente entrou em ação e roubou uma centelha do fogo de Zeus e trouxe à terra para devolver aos homens. Em resposta, Zeus resolveu punir exemplarmente os homens e a Prometeu.
Prometeu foi acorrentado a uma coluna e tinha o seu fígado devorado por uma águia durante o dia, voltando a crescer somente à noite num sofrimento perpétuo. Aos homens, Zeus resolveu punir-lhes com uma irresistível mulher.
Mais tarde, Prometeu foi libertado por Hércules, que matou a águia, com a permissão de Zeus, pois o olímpico desejava que a glória de seu filho se ampliasse e se espalhasse por toda a terra.
Zeus, Ordernou a Hefesto, o deus ferreiro, que modelasse uma mulher ideal à semelhança das deusas imortais. Após ter sido modelada, recebeu dons de cada um dos deuses.
Atena ensinou-lhe a arte da tecelagem, adornou-a com a mais bela indumentária e ofereceu-lhe seu próprio cinto; Afrodite deu-lhe a beleza e insuflou-lhe o desejo indomável que atormenta os membros e os sentidos; Hermes, o Mensageiro, encheu-lhe o coração de artimanhas, imprudência, astúcia, ardis, fingimento e cinismo; as Graças divinas e a augusta Persuasão embelezaram-na com lindíssimos colares de ouro e as Horas coroaram-na de flores primaveris. . . Por fim, o Mensageiro dos deuses concedeu-lhe o dom da palavra e chamou-a Pandora, porque são todos os habitantes do Olimpo que, com este presente, "presenteiam" os homens com a desgraça! (BRANDÃO, 1986, p.168).
Zeus enviou Hermes com o presente a Epimeteu, que, maravilhado com a beleza de Pandora, esquecera-se da recomendação de Prometeu de jamais aceitar qualquer presente dos Deuses a fim de livrar os homens da desgraça, e tomou-a como esposa. Pandora recebera de Zeus, uma caixa toda ornamentada contendo toda espécie de calamidades e desgraças como presente de casamento, porém, não sabia o conteúdo da mesma e fora recomendada a abrir a caixa somente depois de casada.
A raça humana vivia em tranquilidade, longe do mal, das doenças, porém, quando Pandora, apenas por curiosidade feminina, abriu a caixa que recebera de Zeus, dela saíram todas às desgraças que até hoje assolam os mortais dia e noite. Tomando ciência da besteira que fez, rapidamente recolocou a tampa restando apenas a Esperança dentro da caixa.
Mitologia
Primeiramente, o mito de Prometeu e Pandora narra a lei do trabalho e todas as desgraças que assolam o mundo mortal impostas por Zeus devido à insaciedade e desobediência do homem. Diferentemente do mito judaico-cristão de Adão e Eva, não há a figura de um anjo rebelado induzindo a mulher ao mal e à desobediência, mas que o mal também é um desígnio dos deuses.
O homem passa a ser obrigado a sobreviver com sua astúcia, inteligência e suor para que possa ser recompensado nessa vida e além.
O mito nos faz ainda indagar o que a esperança, sendo algo bom, estaria fazendo em meio a tantas coisas ruins. Seria ela algo realmente bom? – A esperança faz o homem esperar, angustiado por algo que já fora bom uma vez, ao passo que, serve de combustível para que o homem siga adiante e tenha razões para viver de forma justa e honrada, como na tradição cristã, por exemplo, onde a fé em Cristo e a conduta mediante seu evangelho nos garante a graça de Deus e uma vida feliz e plena nos céus após a morte.
Fontes de pesquisa