sábado, 30 de julho de 2011

Análise do filme "Clube da Luta"


Oi!

Já assistiram o filme "Clube da Luta"? Para quem ainda não assistiu, eu recomendo, pois trata-se de um filme que gira em torno de uma trama psicossomática muito interessante.

Deste filme podemos tirar boas lições, por isso, resolvi compartilhar a minha interpretação sobre o mesmo.

O filme é composto de 36 cenas, porém, nesse primeiro texto falarei apenas das 6 primeiras para não esgotar a paciência de vocês.



Título Original: Fight Club (1999)
Diretor: David Fincher
Roteiristas: Chuck Palahniuk, Jim Uhls
Elenco: Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter


Análise do filme "Clube da Luta"

Cena 1: Centro do Medo

Jack (Edward Norton) se dá conta de que a vida dele é uma merda infeliz e sem sentido. As pessoas são hipócritas e ele não poder fazer nada para mudar. Por isso, acaba se rebelando e desenvolvendo uma dupla personalidade de acordo com o que ele desejava ser no fundo de sua alma, Tyler Durden (Brad Pitt). Durden encarnava o poder, beleza, rebeldia, tudo que Jack gostaria de ser.

Ciente de que nada poderia fazer para mudar o seu redor, Jack percebe que a única alternativa é mudar a si mesmo e mergulhar profundamente no cerne de sua alma. Olhar para dentro de si mesmo e reconhecer os erros, medos, desejos e controlar as próprias emoções é o maior desafio de todos.

Cena 2: Ponto de Explosão

Nessa cena restam apenas alguns minutos para foder tudo que um conjunto de prédios exploda e vire cinzas. Essa explosão é o que acontece dentro do ser humano quando é confrontado e se sente ameaçado por alguém ou alguma coisa. Nos primeiros minutos de confronto é onde se comete as maiores besteiras: xingar, bater, dar um pula pirata, ofender uma pessoa amada, se fazer de vítima e cair no coitadismo (CURY, 2008, p.116). Quando isso acontece, as emoções são tantas que ficam, muitas vezes, impossíveis de controlar. A vítima dessas reações impensadas pode se tornar opressora de outra pessoa e isso irá desencadear uma destruição em massa.

Cena 3: Insônia / Cena 4: Instinto de Proteção

A dificuldade em lidar com as intempéries do dia-a-dia meche com a cabeça. Adquire-se tantas preocupações que fica impossível se concentrar em alguma coisa. Muitas vezes essas preocupações que não são controladas tiram o sono e tornam o ser humano ansioso e consumista. Jack passa a comprar compulsivamente coisas para seu apartamento como se isso fosse acabar com a sua desgraça resolver os problemas de sua vida.

Cena 5: Os Homens Sobreviventes do Câncer

Jack passa a freqüentar sessões de terapia em grupo. Nessas sessões percebe que há várias pessoas que têm tantos problemas quanto ele, até maiores. Nessas sessões ele se sente compreendido e amado, pois as pessoas compartilham o fardo que carregam entre si e, portanto, encontram forças para superar seus traumas, decepções e medos e seguir adiante. O câncer no título da cena pode ser entendido como um problema qualquer de grande impacto.
 
Cena 6: Força Animal

Jack se recolhe e se interioriza. Encontra dentro se si mesmo ferramentas que lhe ajudarão a superar as dificuldades. Quando o homem se torna mais consciente de sua própria personalidade e de seus comportamentos, encontra caminhos alternativos para a vida. Jack ia para as sessões de terapia mal e saia de lá bem, como se fosse capaz de tudo.

Não deixem de assistir ao filme e compartilhar sua opinião. Continua... 


Referencia Bibliográfica:

CURY, Augusto. O Código da Inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Ed. Thomas Nelson Brasil/Ediouro, Rio de Janeiro, 2008

Fonte da Imagem: http://img.grandescolecoes.com.br/2011/post225/fight-club.jpg
Acesso em: 30/07/2011 15:54

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Sonho de Stela

O Sonho de Stela


Stela estava aflita e não conseguia dormir. Segurava firme a coberta deixando apenas os olhos de fora fixarem o teto estrelado de seu quarto. Podia ouvir o assobio do vento e o forte barulho das gotas de chuva ao colidirem com a janela.

Descobriu-se ligeiramente e se levantou para fechar as cortinas quando percebeu o vapor de sua respiração e um longo arrepio percorreu-lhe a espinha. Assustada contornou a cama e ajoelhou-se para rezar. Em sua oração ela dizia:
 
- Obrigado Senhor, por mais este dia e por tudo. Perdoe meus pecados e protegei-me enquanto durmo. Amém.

Fez o sinal da Santíssima Trindade e deitou-se novamente. Permaneceu ali coberta e observando a pintura do teto de seu quarto até que finalmente adormeceu. Não tardou a começar a sonhar.

- Stela! Stela! Venha até mim. Não tenha medo.

Stela abriu os olhos assustada e percebeu que já não estava mais em seu quarto. Sua cama encontrava-se em meio a um bosque onde havia muitas árvores quase nuas, as folhas secas cobriam o que parecia ser o único caminho a ser percorrido.

Havia também uma lagoa com alguns patinhos e o coaxar de alguns sapos felizes a saltitar.

Quando Stela olhou para si ficou surpresa, pois abandonara o pijama rosa que havia colocado para dormir e usava agora um lindo vestido branco com babados que combinava com os sapatos. Notou também que usava duas fitas no cabelo.

Estava completando 14 anos de idade e queria voltar para o seu quarto, pois estava com medo e sua mãe ficaria preocupada se não a encontrasse em plena data de seu aniversário.

Ao descer da cama, sentiu seus pés amortecidos como se estivesse pisando em um travesseiro novo, mas era uma pena. Pisava sobre a pena branca mais bonita, macia e grande que já havia visto em toda a sua vida. Pegou a mesma e alisou-a para corrigir as marcas deixadas pelo sapato e se distraiu brincando quando de repente:

- Stela! Venha até mim.

A voz que a chamava era forte, mas doce. Stela queria voltar a dormir e acordar, mas estava muito curiosa para saber de quem era a voz que, persistentemente a chamava.

Começou a seguir pelo pequeno caminho coberto de folhas secas, observando as mais diversas árvores e aves que cortavam o céu. Ficou admirada com tanta beleza, pois nunca havia visto um jardim tão bonito.

À medida que caminhava, a voz se tornava cada vez mais próxima, porém, o trajeto parecia não ter fim. Lembrou então, que, sua mãe costumava visitá-la todos os dias no quarto antes de dormir para cobri-la, e ficaria muito preocupada se não encontrasse a filha.

Começou a correr desesperada para descobrir de onde vinha a doce voz e então poder finalmente voltar para sua cama e despertar do seu sonho. Mas, ao ouvir o chamado, assustou-se e tropeçou caindo de joelhos numa superfície dura, diferente do caminho pelo qual corria.

Levantou-se praguejando e espanou os joelhos e a barra do vestido. Recolheu a pena que havia escapado de suas mãos e então, notou um brilho dourado na superfície que chamou sua atenção. Abaixou-se novamente e tirou as folhas do local descobrindo uma enorme lápide de mármore negra com o seu nome entalhado em letras douradas e uma segunda pena idêntica a que estava segurando.

Sentiu um frio nas entranhas e a respiração ficar mais curta e acelerada quando, ouvia novamente a voz que dizia:

- Estou aqui. Não tenha medo.

Olhou para os lados rapidamente e não viu ninguém, mas então, sentiu uma luz muito forte no alto que se fundia com seus olhos azuis e foi tomada por uma sensação de paz. Não sabia o que era aquela luz, mas conforme se aproximava, foi tomando forma até que Stela pôde ver um anjo, que, ao farfalhar as enormes asas brancas, emanava perfume de Lírio inebriante.

O anjo então, a abraçou com suas asas e a levou consigo até desaparecer entre as nuvens. Stela estava em paz e já não tinha pressa para voltar.

Por volta das 1:06 horas, a mãe de Stela entrou no quarto para cobrir a filha e se deparou com a garota pálida e sem respirar, que segurava junto ao peito as duas enormes penas brancas. Todos os dias desde então, quando entrava no quarto, sentia paz e o perfume de Lírios.

 Fonte da imagem: http://ultradownloads.uol.com.br/papel-de-parede/Pena-Branca/