Olá pessoal!
O resumo a seguir foi utilizado numa aula expositiva de história da filosofia moderna. Contém apenas a idéia principal de um diálogo, portanto, é totalmente recomendado a leitura do livro na integra para melhor compreensão.
Informações sobre a obra
Por
volta dos 80 anos, Hobbes escreveu dois livros. O primeiro livro sobre a
história do surgimento do poder insubordinado dos sacerdotes, o segundo, sobre
a história da guerra civil entre o rei Carlos I e o parlamento. A história da
guerra é o “Behemoth”, escrito em 1668.
O
livro a princípio foi censurado, porém, várias cópias piratas circularam em
1679. Apenas em 1682 uma cópia autorizada foi publicada, talvez William Crooke
que obtivera uma das mãos do próprio Hobbes.
Quanto
ao título “Behemoth” pode ser encontrado de várias formas: “Bemoth”, “Behemot”
ou “Beemote”, segundo João Ferreira de Almeida, tradutor português da Bíblia do
rei Jaime. O termo não é de origem inglesa, por isso, não foi traduzido. Para
alguns, deriva do hebraico “b’hemah”, que significa “besta”; para outros, de
uma palavra egípcia “p-eh-mau”, que significa “boi da água” ou “hipopótamo”.
Mas a origem do termo é incerta.
Hobbes
dá a duas de suas obras nomes que evocam monstros, pois segundo ele, faria
maior sentido em usar nomes denotativos dos quais a alusão estivesse ausente e
cujos significados na política fossem difíceis de decifrar pelos comentadores.
Com os dois monstros bíblicos, o autor insinuaria que vivemos entre duas
condições monstruosas: a da paz sob o governo de um soberano e a da guerra
generalizada que lança irmão contra irmão.
O
livro “Behemoth” tem menor pretensão teórica, porém, irá descrever com maior
precisão como e por que se produz guerra, apontando o clero como sendo a
principal razão devido à desmedida da palavra que, por muitos, é considerada a
chave da vida eterna.
A guerra civil
O
rei Carlos I, que havia herdado o legado do pai, tentou continuar com a
política absolutista e estabelecer novos impostos, porém, o parlamento não
estava tão interessado em seu absolutismo e queria ter o controle financeiro e
do exército obrigando o rei a assinar uma carta magna chamada “Petição de
Direitos” que, garantia a população contra os impostos e detenções ilegais.
Visto que não obtinha ajuda alguma, dissolveu o parlamento que viria a ser
convocado novamente só mais tarde. [MUNDO
VESTIBULAR, 2012].
A
guerra civil refere-se a um conflito na Inglaterra entre o monarca e o
parlamento entre os anos de 1640 e 1660. Neste período, a Inglaterra vivia todo
o tipo de injustiça e loucura. O povo havia se corrompido e já não obedecia
totalmente o rei. Os homens não viam mais meios de ganhar a vida honestamente e,
por isso, ansiavam por guerra e serviam – em boa parte – aqueles que possuíam
maiores somas de dinheiro.
Os
que se diziam ministros de Deus haviam conquistado boa parte do povo, pois
estes possuíam a chave da vida eterna e da danação, um misto de amedrontamento
e esperança que se mostrava mais eficaz do que qualquer outro instrumental de
poder soberano.
Os
papistas reclamavam o direito de governo por conta de duas passagens: “O homem,
pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali
para servir ao SENHOR teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; e tirarás o
mal de Israel (Deuteronômio, 17:12)” e
[...]
(18) E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e
na terra. (19) Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (20) Ensinando-os a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os
dias, até a consumação dos séculos. Amém (Mateus, 28:18-20).
Mas
quando o clero atingiu o ápice do seu poder, tornou-se insolente e sua vida
passou a ser escandalosa. Seus argumentos foram reduzidos, ao passo que, a
doutrina de Lutero, que já havia sido difundida, crescia e era cada vez mais
bem aceita. Já não havia esperança de restauração da autoridade do Papa que já
havia sido abolida na Inglaterra por um ato de supremacia do parlamento, ainda
no reinado de Henrique VIII. Mas, muitos ainda cultivavam a crença de que o
Papa devia governar todos os cristãos.
Em
1640, o rei precisou convocar o parlamento mais uma vez, pois precisava de
recursos para resgatar a obediência do povo escocês, em sua grande maioria composto
por presbiterianos. Tentou impor um livro de orações em comum com a Inglaterra
e isto acabou gerando várias rebeliões com os escoceses. O parlamento já estava
cansado do absolutismo do rei, não atendendo suas expectativas e, por conta
disto, foi dissolvido novamente [MUNDO VESTIBULAR, 2012].
Em
Novembro do mesmo ano, na volta do parlamento, seus membros tomaram o controle
sobre os impostos e as questões religiosas. Também criaram uma lei em que o
parlamento se reuniria frequentemente mesmo sem o consentimento real e tiraram
do rei o direito de posse de um exército permanente. O parlamento estendeu-se
até o ano de 1653 e ficou conhecido como “Longo Parlamento”.
O
rei nada satisfeito com a situação tentou por mais uma vez, dissolver o
parlamento, porém, este criou uma milícia de revolucionários liderada por
Oliver Cromwell para garantir a atuação dos parlamentaristas na política.
Referência bibliográfica
HOBBES, THOMAS - Behemoth ou o
longo parlamento, tradução de Eunice Ostrensky, Belo
Horizonte, ed. UFMG, 2001
MUNDO VESTIBULAR - A Revolução
Inglesa - Disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/articles/6500/1/A-Revolucao-Inglesa/Paacutegina1.html,
acesso em: 15/05/2012
FONTE DA IMAGEM: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3P65Fl855AM7aQ88mK_QbDxZ4x4ztGcFk4X8eOhDM6pa7tdyOAl6sQcZ3eWhwbywGyvYBL6pStPeUWxI5aNZoBIj2PXe49asR7qQ-OG3BRf74Y8MctxVv-kmeGutZag_-eiYDSQXGGYcl/s400/foto-hipopotamo-04.jpg