Olá, amigos!
Hoje estarei postando uma esquete feita por uma pessoa que admiro muito, Maurício Pinheiro. Trata-se de uma pequena peça para reflexão sobre como achamos ser livres quando na verdade estamos presos na sociedade de uma maneira geral.
Escola Suicida
Decidi escrever um simples esquete, visando auxiliar uma jovem amiga, esperando que ela não seja expulsa da escola por encená-la.
Os reacionários venceram, simplesmente por que são a maioria.
O esquete chama-se “Escola Suicida” e trás como personagens apenas duas garotas.
- Eu não posso tomar suspensão! O que vou falar para os meus pais?
- Que não tomou suspensão!
- Com que cara?
- Com a mesma cara que ira dizer a eles que estava na aula hoje!
- Porque simplesmente não ficamos lá?
- Aquelas paredes, aquelas pessoas, aquela matéria estavam me sufocando.
- E tomar um ar no pátio não poderia te ajudar?
- Não posso fumar no pátio!
- Você não fuma!
- Isto não importa! O que importa que não poderia fumar lá se eu quisesse!
- Fumar seria destruir a sua saúde!
- Não fumar é destruir a minha liberdade... entendo que é horrível viver ao lado de um fumante ou sentir aquele maldito cheiro da fumaça. Mas não poder fumar sozinha no pátio é fascismo! Se fossem realmente preocupados com a saúde humana proibiram os automóveis de funcionar seus motores.
- Então estamos para ser pegas matando aula porque você não pode fumar um cigarro que não quer fumar?
- Não! Estamos para ser pegas porque não vejo motivos para me manterem confinada! Não fiz nada de errado!
- Aquelas pessoas querem te ensinar algo.
- Estão me ensinando, confinamento é solução para qualquer coisa! Cometeu um crime? Confina na cadeia! Quer ter educação formal? Confina na escola! Quer ter uma chance de crescer? Confina num trabalho! Quer se livrar dos velhos? Confinam eles num asilo!
- Não seja dramática! Você tem a liberdade de ir para onde você quiser!
- Errada. Eu tenho a liberdade para ir onde eu quiser desde que seja o lugar para onde me mandam! Saio daquela escola para ir para minha casa. Não posso ir numa escola diferente amanhã.
- Por que as suas coisas estão lá? Sua matrícula? Suas notas? É como você querer dormir na sua cama numa casa diferente da sua!
- Matrículas e notas são apenas números! Informações dentro de um computador! Toda a vida acadêmica de toda escola cabe no meu celular! Isso não pode ser desculpa!
- Viraria um caos!
- E qual o grande problema nisto? Quem ditou as regras? Quem disse que tudo que a escola ensina é aquilo que devemos realmente aprender? Quem disse que preciso de três anos para concluir o ensino médio? Porque não dois anos e sete meses ou cinco anos e três meses?
- Imaginou como ficaria as matriculas os diplomas? Seria horrível para controlar?
- Novamente, números, dados, burocracia! Educação deveria ser mais do que uma padronização! Deveria ser uma base para nos auxiliar a sermos tudo aquilo que podemos ser.
- E o que você quer ser?
- Não sei! Mas sei que não quero fazer do meu casamento o dia mais feliz da minha vida, ou melhor, não quero nem ao menos casar! Não quero que me imponha a felicidade! Quero ter o direito de encontrá-la! A felicidade é minha!
- E se você não conseguir encontrá-la!
- Quero ter o direito de parar de buscá-la definitivamente sem ser condenada por isto!
- Você é maluca! Sabia?
- Sim! E um dia você descobrirá que também é!
Os reacionários venceram, simplesmente por que são a maioria.
O esquete chama-se “Escola Suicida” e trás como personagens apenas duas garotas.
- Eu não posso tomar suspensão! O que vou falar para os meus pais?
- Que não tomou suspensão!
- Com que cara?
- Com a mesma cara que ira dizer a eles que estava na aula hoje!
- Porque simplesmente não ficamos lá?
- Aquelas paredes, aquelas pessoas, aquela matéria estavam me sufocando.
- E tomar um ar no pátio não poderia te ajudar?
- Não posso fumar no pátio!
- Você não fuma!
- Isto não importa! O que importa que não poderia fumar lá se eu quisesse!
- Fumar seria destruir a sua saúde!
- Não fumar é destruir a minha liberdade... entendo que é horrível viver ao lado de um fumante ou sentir aquele maldito cheiro da fumaça. Mas não poder fumar sozinha no pátio é fascismo! Se fossem realmente preocupados com a saúde humana proibiram os automóveis de funcionar seus motores.
- Então estamos para ser pegas matando aula porque você não pode fumar um cigarro que não quer fumar?
- Não! Estamos para ser pegas porque não vejo motivos para me manterem confinada! Não fiz nada de errado!
- Aquelas pessoas querem te ensinar algo.
- Estão me ensinando, confinamento é solução para qualquer coisa! Cometeu um crime? Confina na cadeia! Quer ter educação formal? Confina na escola! Quer ter uma chance de crescer? Confina num trabalho! Quer se livrar dos velhos? Confinam eles num asilo!
- Não seja dramática! Você tem a liberdade de ir para onde você quiser!
- Errada. Eu tenho a liberdade para ir onde eu quiser desde que seja o lugar para onde me mandam! Saio daquela escola para ir para minha casa. Não posso ir numa escola diferente amanhã.
- Por que as suas coisas estão lá? Sua matrícula? Suas notas? É como você querer dormir na sua cama numa casa diferente da sua!
- Matrículas e notas são apenas números! Informações dentro de um computador! Toda a vida acadêmica de toda escola cabe no meu celular! Isso não pode ser desculpa!
- Viraria um caos!
- E qual o grande problema nisto? Quem ditou as regras? Quem disse que tudo que a escola ensina é aquilo que devemos realmente aprender? Quem disse que preciso de três anos para concluir o ensino médio? Porque não dois anos e sete meses ou cinco anos e três meses?
- Imaginou como ficaria as matriculas os diplomas? Seria horrível para controlar?
- Novamente, números, dados, burocracia! Educação deveria ser mais do que uma padronização! Deveria ser uma base para nos auxiliar a sermos tudo aquilo que podemos ser.
- E o que você quer ser?
- Não sei! Mas sei que não quero fazer do meu casamento o dia mais feliz da minha vida, ou melhor, não quero nem ao menos casar! Não quero que me imponha a felicidade! Quero ter o direito de encontrá-la! A felicidade é minha!
- E se você não conseguir encontrá-la!
- Quero ter o direito de parar de buscá-la definitivamente sem ser condenada por isto!
- Você é maluca! Sabia?
- Sim! E um dia você descobrirá que também é!
Maurício Pinheiro
é dramaturgo de segunda
e analista de informática
2 comentários:
Ólá queridos. Fico feliz que estejam postando mensagens/ histórias que nos tratam da realidade em que vivemos. è bom para que possamos refletir e ver no que podemos melhorar como pessoa, como sobreviver nessa selva.
Um abraço
Keila Lucao
De louco todo mundo tem um pouco!!!
Abraços
Karla Ueta
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