sábado, 24 de dezembro de 2011

O mito de Prometeu e Pandora

Pandora, de Jules Joseph Lefebvre (1882)


Prometeu, filho do Titã Jápeto e da Oceânida Clímene, teve como irmãos a Epimeteu, Atlas e Menécio. Prometeu também era primo de Zeus. Este havia sido encarregado por Zeus de criar os homens do limo da terra. Esta tarefa fez com que prometeu se apegasse à sua criação tornando-se benfeitor da humanidade.

Certa vez na cidade de Mecone, se discutia o que deveria ser ofertado aos deuses e o que deveria ser ofertado aos homens. “Prometeu, desejando enganar a Zeus em benefício dos mortais, dividu um boi enorme em duas porções: a primeira continha as carnes e as entranhas, cobertas pelo couro do animal; a segunda, apenas os ossos, cobertos com a gordura branca do mesmo (BRANDÃO, 1986, p.167)”.

Zeus escolheu a segunda porção e, vendo-se enganado, foi tomado de irá e ódio e, por isso, privou o homem do fogo, ou seja, da inteligência, para que não pudessem mais bancar os espertinhos. Com isso, os homens também eram incapazes de dominar as demais espécies.

Mas o benfeitor dos homens novamente entrou em ação e roubou uma centelha do fogo de Zeus e trouxe à terra para devolver aos homens. Em resposta, Zeus resolveu punir exemplarmente os homens e a Prometeu.

Prometeu foi acorrentado a uma coluna e tinha o seu fígado devorado por uma águia durante o dia, voltando a crescer somente à noite num sofrimento perpétuo. Aos homens, Zeus resolveu punir-lhes com uma irresistível mulher.

Mais tarde, Prometeu foi libertado por Hércules, que matou a águia, com a permissão de Zeus, pois o olímpico desejava que a glória de seu filho se ampliasse e se espalhasse por toda a terra.

Zeus, Ordernou a Hefesto, o deus ferreiro, que modelasse uma mulher ideal à semelhança das deusas imortais. Após ter sido modelada, recebeu dons de cada um dos deuses.

Atena ensinou-lhe a arte da tecelagem, adornou-a com a mais bela indumentária e ofereceu-lhe seu próprio cinto; Afrodite deu-lhe a beleza e insuflou-lhe o desejo indomável que atormenta os membros e os sentidos; Hermes, o Mensageiro, encheu-lhe o coração de artimanhas, imprudência, astúcia, ardis, fingimento e cinismo; as Graças divinas e a augusta Persuasão embelezaram-na com lindíssimos colares de ouro e as Horas coroaram-na de flores primaveris. . . Por fim, o Mensageiro dos deuses concedeu-lhe o dom da palavra e chamou-a Pandora, porque são todos os habitantes do Olimpo que, com este presente, "presenteiam" os homens com a desgraça! (BRANDÃO, 1986, p.168).

Zeus enviou Hermes com o presente a Epimeteu, que, maravilhado com a beleza de Pandora, esquecera-se da recomendação de Prometeu de jamais aceitar qualquer presente dos Deuses a fim de livrar os homens da desgraça, e tomou-a como esposa. Pandora recebera de Zeus, uma caixa toda ornamentada contendo toda espécie de calamidades e desgraças como presente de casamento, porém,  não sabia o conteúdo da mesma e fora recomendada a abrir a caixa somente depois de casada.

A raça humana vivia em tranquilidade, longe do mal, das doenças, porém, quando Pandora, apenas por curiosidade feminina, abriu a caixa que recebera de Zeus, dela saíram todas às desgraças que até hoje assolam os mortais dia e noite. Tomando ciência da besteira que fez, rapidamente recolocou a tampa restando apenas a Esperança dentro da caixa.
Mitologia

Primeiramente, o mito de Prometeu e Pandora narra a lei do trabalho e todas as desgraças que assolam o mundo mortal impostas por Zeus devido à insaciedade e desobediência do homem. Diferentemente do mito judaico-cristão de Adão e Eva, não há a figura de um anjo rebelado induzindo a mulher ao mal e à desobediência, mas que o mal também é um desígnio dos deuses.

O homem passa a ser obrigado a sobreviver com sua astúcia, inteligência e suor para que possa ser recompensado nessa vida e além.

O mito nos faz ainda indagar o que a esperança, sendo algo bom, estaria fazendo em meio a tantas coisas ruins. Seria ela algo realmente bom? – A esperança faz o homem esperar, angustiado por algo que já fora bom uma vez, ao passo que, serve de combustível para que o homem siga adiante e tenha razões para viver de forma justa e honrada, como na tradição cristã, por exemplo, onde a fé em Cristo e a conduta mediante seu evangelho nos garante a graça de Deus e uma vida feliz e plena nos céus após a morte.

Além disso, o mito nos deixa claro que é impossível escapar dos desígnios dos deuses e que os mesmos são partidários e expressam pelos mortais certo menosprezo e repúdio (BRANDÃO, 1986, p.166).


Fontes de pesquisa

BRANDÃO, JUANITO DE SOUZA - Mitologia Grega Volume I, Petrópolis, ed. Vozes, 1986.

domingo, 27 de novembro de 2011

Artigo sobre política, educação e docência: o destino da educação



Entre 1960 e duas décadas seguintes, o sistema de educação girava em torno da política desenvolvimentista, pois se acreditava que por meio da educação, o índice de pobreza poderia ser reduzido. A educação no Brasil passava por um período de adequação à cultura Fordista e o Banco Mundial - órgão que financia projetos de desenvolvimento educacional, saúde e tecnologia em governos de países em desenvolvimento - implantou uma série de processos que impactaram diretamente na redução da pobreza, principalmente por meio do ensino fundamental (SOUZA, 1999; OLIVEIRA, 2004).

Já no início de 1990, a globalização ganha força e surge uma grande revolução no que se refere à gestão do sistema de educação escolar e docência. A partir deste ano, inicia-se no Brasil. Um processo de universalização da educação. A escola passou a ser responsável em promover o aprendizado de todos os alunos e as famílias passaram a ter mais participação nos processos da gestão escolar além de serem obrigadas a matricular os filhos na escola.

Esse processo de universalização exigiu que algumas medidas fossem tomadas; os professores passaram por uma readaptação no processo de docência, o acesso dos alunos aos livros didáticos foi facilitado e ciclos de progressão continuada foram implantados, assim como, avaliações externas a fim de avaliar o sistema de educação como um todo e um serviço prestado. O que antes visava reduzir índice de pobreza na sociedade passou a ser uma medida de equidade social. (MARCHELLI, 2010).

Para que todas essas mudanças fossem possíveis, alguns processos de direção no sistema escolar precisaram ser modificados e isso impactou diretamente o corpo docente, pois os profissionais da educação passaram a ser de certa forma, responsáveis pelos resultados da escola perante a sociedade. Surge com isso, uma precarização do serviço destes profissionais que precisam, além de dominar a matéria ensinada, muitas vezes atuar como professores de outras disciplinas, assistente social, psicólogo etc. (OLIVEIRA. 2004). Esse esforço excessivo gera uma sensação de desprofissionalização do corpo docente, como se o ensino não fosse o principal, mas sim a maneira como o mesmo é fornecido. Além disso, há uma precarização do ponto de vista material, onde os professores não têm condições favoráveis para exercer sua profissão, com falta de materiais ou materiais de baixa qualidade e salas de aula excessivamente cheias.

Hoje podemos sentir na pele ou através de nossos filhos a situação a educação no Brasil. Professores especialistas em determinada disciplina dando aulas em outras disciplinas das quais não têm domínio algum, bastando apenas a seguir com o conteúdo da apostila fornecida pela escola. A especialidade já não é mais o essencial e sim o instrumental, ou seja, a capacidade de adequação do professor ao sistema e sua flexibilidade, pois manter um professor altamente qualificado numa disciplina específica é caro e esse investimento pode ser utilizado para promover a educação de outras maneiras consideradas de maior importância. Ganhamos no ponto de vista social no que se refere à educação ao alcance de todos, porém, surge a seguinte questão para reflexão: “onde iremos parar indo para escola por obrigação sem qualquer interesse ou visão política, sendo meros repetidores de informações?”.

Referências Bibliográficas:

SOUZA, A. N. A política educacional do Banco Mundial. In: BITTENCOURT, A. B.; OLIVEIRA JR, W. M. Estudo, pensamento e criação. Campinas, SP: Graf. FE/UNICAMP, 2005. v.3. p.99-117.

MARCHELLI, P. S. Expansão e qualidade da educação básica no Brasil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v.40, n.140, p. 561-585, maio/ago. 2010. Disponível em: www.scielo.br/pdf/cp/v40n140/a1340140.pdf

OLIVEIRA, Dalila Andrade. A reestruturação do trabalho docente: precarização e flexibilização. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1127-1144, Set./Dez. 2004 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22614.pdf

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Impressões sobre o texto “O caminho do campo” de Martin Heidegger (1889-1976), publicado em 1949 e traduzido por Ernildo Stein.



Não me surpreenderia saber que todas as pessoas têm um cantinho onde se isolar e enfrentar os fantasmas que as assombram a mente e as impedem de enxergar o que de fato é; como é e porque é. “Quando os enigmas se acotovelavam e nenhuma saída se anunciava, o caminho do campo oferecia boa ajuda (HEIDEGGER, 1949)”.

Segundo Heiddeger, o caminho do campo lhe proporcionava paz de espírito e lhe ajudava a organizar os pensamentos; dando-lhe condições de interpretar obras de grandes filósofos e assim, fosse capaz de produzir novas obras. Todo o cenário ao redor, a leve brisa do vento, o cheiro de terra e das plantas à beira do caminho; e o som do farfalhar das folhas colaborava para que atingisse o estado de espírito ideal para suas reflexões.

Nesse caminho, Heiddeger praticava o exercício da libertação por meio do conhecimento. Este possível por meio da inspiração que o caminho do campo lhe proporcionava. Inspiração simples esta, dada gratuitamente para os humildes em coração que estivessem dispostos a recebê-la e a ouvi-la. Seria esta uma força divina?

Ao meu entendimento, o texto de Heiddeger nos deixa claro o quanto importante são as coisas simples da vida que nos devolve a sensação de que, estamos satisfeitos e nada nos fora tirado. Onde, por fim, o simples e humilde é elevado e uma experiência celestial é possibilitada.



O CAMINHO DO CAMPO
(Der Feldweg – 1949)
In Gesamtausgabe Nº 013 – Aus der Erfahrung des Denken
(Sobre a Experiência do Pensar)
Trad. Ermildo Stein 
MARTIN HEIDEGGER


Do portão do Jardim do Castelo estende-se até as planícies úmidas do Ehnried. Sobre o muro, as velhas tílias do jardim acompanha-o com o olhar, estende ele, pelo tempo da Páscoa,seu claro traço entre as sementeiras que nascem e as Campinas que despertam ou desapareça, peno Natal, atrás da primeira colina, sob turbilhões de neve. Próximo da cruz do campo, dobra em buscas da floresta. Saúda, de passagem, à sua orla, o alto carvalho que abriga um banco esquadrado na madeira crua.

Nele repousava, às vezes, este ou aquele texto dos grandes pensadores, que um jovem desajeitado procurava decifrar. Quando os enigmas se acotovelavam e nenhuma saída se anunciava, o caminho do campo oferecia boa ajuda: silenciosamente acompanhava nossos passos pela sinuosa vereda, através da amplidão da terra agreste.

O pensamento sempre de novo as voltas com os mesmos textos ou com seus próprios problemas, retorna a vereda que o caminho estira através da campina. Sob os pés, ele permanece tão próximo daquele que pensa quando do camponês que de madrugada caminha para a ceifa.

Mais freqüentemente com o correr dos anos, o carvalho a beira do caminho leva a lembrança aos jogos da infância e as primeiras escolhas. Quando, as vezes, no coração da floresta tombavam um carvalho sob os golpes do machado,meu pai logo partia, atravessando a mataria e as clareiras ensolaradas, à procura do estéreo de madeira destinado à sua oficina. Ela lá que trabalhava solicito e concentrado, nos intervalos de sua ocupação junto ao relógio do campanário e aos sinos, que, um e outro, mantém relação própria com o tempo e a temporalidade.

Os meninos, porém, recortavam seus navios na casca do carvalho. Equipados com bancos para o remador e o timão, flutuavam os barcos no Mettenbach ou no lago da escola. Nesses folguedos, as grandes travessias atingiam facilmente seu termo e facilmente recobravam o porto. A dimensão de seu sonho era protegida por um halo, apenas discernível, pairando sobre todas as coisas. O espaço aberto era-lhe limitado pelos olhos e pelas mãos da mãe. Tudo se passava com se sua discreta solicitude velasse sobre todos os seres. Essas travessias de brinquedos nada podiam saber das expedições em cujo curso todas as margens ficam para trás. Entrementes, a consistência e o odor do carvalho começavam a falar, já perceptivelmente da lentidão e da constância  com que a árvore cresce. O carvalho mesmo assegurava que só semelhante crescer significa: abrir-se à amplidão dos céus, mas também deitar raízes na obscuridade da terra; que tudo que é verdadeiro e autentico somente chega à maturidade se o homem for simultaneamente ambas a s coisas: disponível ao apelo do mais alto céu e abrigado pela proteção da terra que oculta e produz.

Isto o carvalho repete sempre ao caminho do campo, que diante dele corre seguro de seu destino. O caminho recolhe aquilo que tem seu ser em torno dele; e da a cada um dos que o percorrem aquilo que é seu. Os mesmos campos, as mesmas encostas  da colina escoltam o caminho em cada estação, próximos dele com proximidade sempre nova. Quer a cordilheira dos Alpes acima das florestas se esbata no crepúsculo da tarde, quer de onde o caminho ondeia entre os outeiros, a cotovia de manhã se lança ao céu de verão, quer o vento leste sopre a tempestade do lado em que jaz a aldeia natal da mãe, que o lenhador carregue, ao cair da noite, seu feixe de gravetos para a lareira, quer o carro da colheita se arraste em direção ao celeiro, oscilando pelos sulcos do caminho, quer apanhem as crianças as primeiras primaveras na ourela do prado, quer passeia a neblina ao longo do dia sua sombria massa sobre o vale, sempre e de todos os lados fala, em torno do caminho do campo, o apelo do mesmo.

O simples guarda o enigma do que permanece e do que é grande. Visita os homens inesperadamente, mais carece de longo tempo para crescer e amadurecer. O dom que desperta está escondido na inaparência do que é sempre o mesmo. As coisas que amadurecem e se demoram em torno do caminho, em sua amplitude e em sua plenitude dão o mundo. Como diz o velho mestre Eckhart, junta a quem aprendemos a ler e a viver, é naquilo que sua linguagem não diz que Deus é verdadeiramente Deus.

Todavia, o apelo pelo caminho do campo fala apenas enquanto homens nascidos no ar que o cercam forem capazes de ouvi-lo. São servos de sua origem, não escravos do artifício. Em vão o homem através de planejamento procura instaurar uma ordenação no globo terrestre, se não for disponível ao apelo do caminho do campo. O perigo ameaça, que o homem de hoje não possa ouvir sua linguagem. Em seus ouvidos retumba o fragor das máquinas que chega a tomar pela voz de Deus. Assim o homem se dispersa es e torna errante. Aos desatentos o Simples parece uniforme. A uniformidade entendia. Os entendiados só vêem monotonia a seu redor. O simples desvaneceu-se. Sua força silenciosa esgotou-se.

O numero dos que ainda conhecem o Simples como um bem que conquistaram, diminui, não há dúvida, rapidamente Esses poucos , porém, serão, em toda parte, os que permanecem. Graças ao tranqüilo poder do caminho do campo, poderão sobreviver um dia as forças gigantescas da energia atômica, que o calculo e a sutileza do homem engendraram para com ele entravar sua própria obra. O apelo do caminho do Campo acorda um sentido que ama a liberdade e, no lugar oportuno, suplantará as aflições numa ultima serenidade. Esta se opõe a desordem de só trabalhar, uma desordem que, buscada por si mesma, favorece o nada negativo.

No ar do caminho do Campo, variável com as estações, nasce e se cria uma jovialidade sábia, cujo semblante muitas vezes parece carregado. Este saber jovial é a “Serenidade”[1][1]. Quem não a possui não poderá adquiri-la e quem a possui é do caminho do Campo que a tem, em sua via se encontram a tormenta do inverno e o dia da colheita, em sua via se cruzam a mobilização estimulante da primavera e o fenecer tranqüilo do outono.

A Serenidade sábia é uma abertura para o eterno. Sua porta gira nos gonzos que um hábil ferreiro forjou, um dia, com os enigmas da existência.

Das baixas planícies do Ehnried o caminho retorna ao jardim do Castelo. Galgando a última colina sua estreita faixa transpõe uma depressão e chega as muralhas da cidade. Uma vaga luminosidade desce das estrelas es e espraia sobre as coisas. Atrás do castelo alteia-se a torre da igreja de São Martinho. Vagarosamente, quase hesitantes, soam as badaladas das onze horas, desfazendo-se no ar noturno. O velho sino, em suas cordas outrora mãos de menino se aqueciam rudimente, treme sobre o martelo das horas, cuja silhueta jocosa e sombria ninguém esquece.

Após a última batida, o silencio ainda mais se aprofunda. Estende-se até aqueles que foram sacrificados prematuramente em duas guerras mundiais. O Simples torna-se ainda mais simples. O que é sempre o Mesmo desenraiza e liberta. O apelo do caminho do campo é agora bem claro. É a alma que fala? Fala o mundo? Ou fala Deus? Tudo fala da renúncia que conduz ao Mesmo. A renuncia não tira. A renúncia dá. Dá a força inesgotável do Simples. O apelo faz-nos de novo habitar uma distante origem, onde a terra natal nos é devolvida.


[1][1] Existe uma grande problemática na tradução deste termo em alemão, o texto original diz o seguinte: In der jahrenzeitlich luft dês Feldweges gedeiht die wissende Heiterkeit daren Meine oft schwermutig scheint. Dieses heiterm Wisser, ist das “Kuinzige”. Niemand gewinnt es, der es nicht hat...Die wissende Heiterkeit ist ein Tor zum Ewigen. Seine Tür dreht sich den Angeln, die aus den Ratseln dês Daseins bei einem kundigen Schmied einst geschmiedet worden. O dialeto “Kuinzige” é próprio da Suábia do Sul, região onde fica a cidade de Messkich , cidade natal de Heidegger, corresponde etimologicamente à “keinnutzig” bom para nada’. A Profª Maria do Carmo Tavares de Miranda, traduziu este termo como “Sapiente Serenidade”, algo que se aproxima do termo em volga “alegria que se sabe”. E para finalizar dizendo que: designa hoje, um estado de serenidade, livre e alegre, que gosta de dissimular, marcada por uma ironia afetuosa e um toque de melancolia sorridente, sabedoria que só se mostra veladamente. Heidegger quer aqui, neste momento, um retorno ao termo serenidade, um grande retorno a serenidade.

Fonte da imagem:  http://www.gettyimages.pt/detail/foto/country-road-through-forest-imagem-royalty-free/77027379